Crédito do vídeo: Alterosa Alerta
A polícia civil apresentou nessa quinta quatro pessoas presas por envolvimento em golpes imobiliários avaliados em 15 milhões de reais a quadrilha funcionava aqui na capital de Belo Horizonte há pelo menos quatro anos.
Quatorze vítimas já foram identificadas, mas a polícia acredita que mais pessoas caíram nesse golpe.
Segundo a polícia, Aloysio Santa Cruz Leonel, de 31 anos, conseguiu 15 milhões de reais aplicando golpes.
Ele vendia imóveis sem autorização dos proprietários.
Às vezes, o mesmo local era comercializado mais de uma vez para pessoas diferentes.
Foi o que aconteceu com este comerciante, que comprou um apartamento em construção por cerca de 200 mil reais.
Recebeu contrato com firma reconhecida e chaves e planta, mas descobriu que o lugar havia sido vendido para outras duas pessoas. Ao tentar negociar com o vendedor , foi ameaçado.
O vendedor golpista falou para a vítima, se quiser entrar na justiça pode fazer;
da polícia eu não tenho medo. Justiça pra mim ó, eu tenho dinheiro pra eu comprar juiz e delegado.
Dois anos depois de investir 800 mil reais na construção de um prédio em contagem, este médico descobriu que os apartamentos foram vendidos sem ele saber. Foram assim dez anos de poupança da minha vida que eu investi pensando em construir uma casa pra mim.
A indignação também desta outra vítima, que pagou 1 milhão e 200 mil reais para a construção de quatro casas.
Estava super faturado. Quando a gente falou que ia vender as casas, ele já tinha vendido todas. Então, quando eu entrei dentro das quatro casas que eu construí, já estavam os moradores indo lá e fazendo reformas que as casas tinham sido vendidas.
De acordo com a polícia, Aloysio se aproximou das vítimas por indicação de parentes e amigos e as convencia em investir, fosse com dinheiro ou cedendo terrenos.
O golpista seria o responsável por gerenciar as obras e intermediar a venda de imóveis.
Por sua parte o golpista falou ao ser abordado pelos jornalistas; se eu puder falar, sou inocente até que se prove o contrário e após a recusa de pagar 100 mil reais a um policial, minha vida virou um inferno.
Essas provas que apareceram aí, é mais por causa que eu não paguei propina. Eles ficam investigando eu, em vez de investigar o caso como ele é.
Na realidade se verifica que o golpista ludibriava todo o mundo.
Ele ludibriava o dono do terreno, ele ludibriava o empresário e as pessoas que compravam. Quer dizer, até o criminoso que ajudou ele a praticar o crime, ele deu o golpe também. Eita ferra, hein, gente.
É um golpe que não acaba mais. É dando chapéu pra lá e pra cá. Esse negócio é complicado.
Deixa eu falar um negócio, né? O rapaz, ele tem o direito dele de se defender, viu? Nós não podemos aqui também já colocar o cara e condená-lo , não. A polícia está dizendo que ele é responsável, mas vamos esperar que ele se defenda na justiça.
Nosso Parecer
O caso apresentado na notícia revela um enredo complexo de golpes imobiliários que afetaram múltiplas vítimas, resultando em vários prejuízos financeiros.
Ao analisar os principais erros cometidos pelas vítimas e como poderiam ter evitado cair nesse tipo de fraude, é possível destacar diversos pontos cruciais.
Inicialmente é importante ressaltar que os golpistas exploraram a confiança e a falta de diligência das vítimas.
As vítimas investiram grandes somas de dinheiro, sem realizar um levantamento e pesquisa da imobiliária, do vendedor e do terreno envolvido na fraude.
Entre as pessoas afetadas tem o comerciante que comprou um apartamento em construção por cerca de 200 mil reais e terminou descobrindo que o mesmo imóvel tinha sido vendido para mais duas pessoas.
Apesar de ter recebido um contrato com firma reconhecida, não efetuou nenhum tipo de pesquisa minuciosa sobre a propriedade, nem referente à pessoa (imobiliária) que estava vendendo o imóvel.
O bom senso determina que em qualquer situação o certo é efetuar uma investigação e pesquisa não somente do imóvel que está sendo negociado, mas também dos vendedores e da própria imobiliária envolvida. Nada disso foi efetuado e o comprador ficou numa situação vulnerável.
Além disso, fica muito evidente neste caso a falta de supervisão e acompanhamento das obras, o que se constitui como um fator determinante para o sucesso do golpe.
O médico que investiu 800 mil reais na construção de um prédio em Contagem e descobriu posteriormente que os apartamentos foram vendidos sem o seu conhecimento.
Essa situação poderia ter sido evitada se ele tivesse implementado medidas de controle mais eficazes assim como as pesquisas acima referidas.
Outro ponto crucial é a negligência em relação aos contratos e acordos estabelecidos.
Muitas das vítimas confiaram cegamente nos golpistas, sem questionar cláusulas obscuras ou realizar consultas legais independentes.
Como resultado, foram pegos de surpresa quando descobriram que os imóveis foram vendidos para múltiplos compradores ou que as obras eram superfaturadas.
Revisões dos contratos, preferencialmente com o auxílio de um especialista em
“assessoria imobiliária”, poderiam ter alertado as vítimas sobre possíveis armadilhas e protegidos seus interesses.
Além disso, a credulidade das vítimas em relação às promessas extravagantes feitas pelo golpista contribuiu significativamente para o sucesso do golpe.
Aloysio, o golpista, conseguiu conquistar a confiança das vítimas ao prometer retornos financeiros altos, se apresentando como uma pessoa influente e altamente capacitada em empreendimentos imobiliários.
A falta de questionamento dessas declarações e a ausência de uma avaliação crítica das informações fornecidas pelo golpista facilitaram todo o desenrolar do caso.
Para evitar esse tipo de fraude, o normal em qualquer situação é adotar
uma abordagem mais cautelosa e prudente efetuando os levantamentos
de natureza cível (do empreendedor) assim como a legalidade e legitimidade do terreno e da empresa incorporadora envolvida.
Além disso, é fundamental manter uma postura crítica em relação às promessas exageradas e buscar diversas fontes de informação antes de tomar decisões financeiras importantes.
Ao adotar essas medidas de precaução, as pessoas lesadas podem reduzir significativamente o risco de se tornarem vítimas de golpes imobiliários como o descrito na notícia.
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